História do Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha
Desde o segundo quartel do XIX que surgiram nas Caldas condições para que ao longo dos anos a festa brava fosse criando raízes.
Ganadeiros, cavaleiros e forcados foram moldando a história da cidade que preserva a mais antiga data de corrida de toiros do país. O 15 de Agosto nas Caldas realiza-se consecutivamente desde 1883.
De entre figuras de renome que marcaram a história da tauromaquia nacional, como Faustino da Gama, Vitorino Froes, Joaquim Alves, José Tanguenho, foram igualmente surgindo forcados que nas décadas de 40 e 50 já se reuniam para envergar a jaqueta das ramagens defendendo o nome das Caldas da Rainha. Eram sugestivamente conhecidos como os “louça fina”.
Em 1976 outro grupo surgiu que, representando as Caldas da Rainha, conseguiu recuperar a tradição tauromáquica somando actuações em variadas praças de Portugal, até ao ano de 1984.
Em 1993, precisamente na tradicional corrida do 15 de Agosto, surge o actual Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha. Foi fundador e seu primeiro Cabo, o então jovem Vasco Morgado. O grupo surgiu como forma de corporizar a ideia de responder satisfatoriamente e positivamente aos anseios de um número significativo de jovens aficionados à festa de toiros que desejavam ser forcados, como se a voz da tradição insistisse na inevitabilidade de manter viva a tauromaquia nas Caldas da Rainha.
Neste contexto, o objectivo primordial do grupo não era pegar muito, nem somar corridas só por somar. Visto que o grupo era muito jovem e com pouca experiência, o essencial era crescer com um espírito próprio, criar uma personalidade e uma alma de grupo que seja espelho de virtudes, de domínio técnico, de valor e arte.
Deste modo, o Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha foi crescendo independentemente de forças e pressões, o que permitiu criar raízes de amizade inigualáveis.
No 15 Agosto de 2000, o Vasco Morgado passou a jaqueta ao também fundador do grupo Francisco Paiva Calado que se torna assim, o nosso 2º cabo.
Depois do Francisco Paiva Calado ter capitaneado o Grupo durante 6 bons anos, foi ao Nuno Vinhais que coube a honra e responsabilidade de assumir o Grupo como Cabo desde o dia 15 de Agosto de 2006, como não podia deixar de ser!
O percurso sereno para uma sólida afirmação do grupo no panorama taurino português é um objectivo constante, dando-se mais importância à qualidade exibicional do que à quantidade de corridas.
Neste momento o grupo está bem e recomenda-se, o mais difícil é arranjar corridas, porque de resto a motivação é grande, o espírito é bom, o treino é constante e a verdade e a amizade que nos une, veteranos e actuais, é um exemplo e uma escola que sabe bem contemplar!
Sobre o lema da VERDADE é desta forma que o GFACR tem vindo a crescer e é assim que se quer manter.
Apesar da ainda curta existência, pelo grupo já passaram bastantes forcados de valor reconhecido.
O Grupo encontra-se constituído como associação desde 1998, sendo uma forma de estar organizado e apresentar os seus próprios estatutos. Apresenta também uma Carta Nobre que tem por objectivos reunir uma série de circunstâncias com as quais todos os elementos se identificam, e perpetuar os princípios do Grupo. Com efeito, a Carta Nobre é uma linha orientadora extremamente importante para o Grupo e como o próprio nome diz é uma carta de princípios, princípios como lealdade entre as pessoas, a amizade e a coesão do grupo.
Nuno Vinhais, ano 2000